Fui levada no tempo ao meu almoço…
Na minha meninice e juventude, no Outono era normal comermos
em casa atum de barrica cozido com couves batatas, cebola etc. etc. Este
petisco começava a ser consumido na casa das minhas memórias familiares no dia
de Todos os Santos, molhado com uma boa água pé e perlongava-se até ao S.
Martinho acompanhado pelo vinho novo.
Continuei com esta tradição sempre que possível e até
habituei o meu cara metade a comer e apreciar este atum que se ama ou detesta.
O atum de barrica (porque antigamente era acondicionado e
vendido em barricas de madeira, hoje em latas de plástico) é um atum em
salmoura que é um modo de conserva anterior à conservação em latas. Este modo
facilitava a sua distribuição em distâncias no país e em tempo pois a pesca do
atum era e é sazonal.
Anteriormente todo o atum era assim conservado, mas com o
avançar das industrias conserveiras em lata, o atum de barrica passou a ser o
pobre da família conserveira. Passou-se a só aproveitar as partes escuras do
tunídeo ou aquelas que consideravam de inferior qualidade para conservar em
lata.
Entrei bem cedo em contato com este atum, pois como o meu
pai era do Algarve e este atum existia normalmente em todo o Algarve e também
coexisti com este atum nos arredores de Lisboa, zona para onde fui viver com
dois anos.
Ainda hoje quando o quero apreciar, o encomendo fora de
portas como diziam antigamente os lisboetas ao referirem-se aos arredores de
Lisboa.
Este que aqui vos amostro veio de Mafra. Aproveitei saber
que a minha irmã aqui vinha (Alentejo) e lhe pedir para me trazer um bocado e
poder assim matar saudades daquilo que considero um petisco.
Não vou explicar como se confeciona este prato, a imagem diz tudo. No entanto aconselho que o demolhem como se faz ao
bacalhau.
Não acompanhei com cebola cozida. Hoje não estava para aí
virada. No entanto é normal acompanhar também com uma cebola cozida.
Eu cozi o atum separadamente. Uma coisa que considero importante, reguem com um bom azeite.
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