quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Tigeladas de Abrantes

As tigeladas de Abrantes tiveram origem no Convento da Graça em Abrantes, (este convento foi demolido em 1902) confecionadas pelas freiras, portanto fazem parte dos doces convencionais. Dizem que as freiras ensinaram a receita a uma lavadeira e que esta a transmitiu a uma amiga de Rio de Moinhos. Por isso dizem que as tigeladas são de Rio de Moinhos, pois foi nesta freguesia que a receita foi transmitida de geração em geração.



Tigeladas de Abrantes

250g de açúcar
60g de farinha de trigo
6 ovos
0,5 litro de leite
Raspa de limão
Uma pitada a gosto de canela

Preparação:
Comece por aquecer muito bem o forno a 200C. Aqueça as tigelas de barro vazias durante mais ou menos 30 minutos.
Entretanto misture bem o açúcar, a farinha, a canela e a raspa de limão. Depois adicione o leite em fio, mexendo sempre e de seguida os ovos. Bata muito bem durante alguns minutos até ficar um creme homogéneo. Verta o preparado nas tigelas quentes, sem que estas vertam.
Para facilitar, utilize uma colher (eu uso uma colher de servir) e vá enchendo cá de fora as tigelas que estão no forno. Deixe cozer mais ou menos durante 10 minutos em forno quente. Servem-se frias.


Nota: Normalmente as tigelas utilizadas são de barro não vidrado. No entanto se não tiver, pode utilizar outra tigelas ou mesmo pratos de louça dos fundos mas antes de verter a massa, pincele com manteiga ou mesmo azeite.


quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Quatro doces, quatro sabores





Sempre que chegava ao outono lá começava a trabalheira de se fazerem os doces que nos iam aquecer o coração e o estômago durante o inverno que se aproximava. Era a época que eu mais adorava na minha infância. Como eu gostava de ver a minha tia ou a minha avó à volta das panelas com uma grande colher de pau que muitas vezes também servia para me ameaçarem se eu não estivesse quieta. A verdade é que eu tinha a tentação de espreitar para o que elas estavam a cozinhar. Quando viravam as costas lá ia eu encavalitar-me num banco para espreitar a maravilha que elas cozinhavam sem me aperceber no perigo que corria…
No fim aparecia a marmelada, geleia e doces de frutas variadas… (normalmente o doce de tomate estava presente assim como o de figo) como tenho boas recordações…
Atualmente continuo a fazer os doces mas faço-os mais durante o ano e muitas mais variedades. Criei o habito de congelar os frutos e ir confecionando doce em pequenas quantidades consoante as necessidades. A verdade é que não tenho quem os consuma em quantidade. Somos só dois em casa, os filhos seguiram os seus rumos e cada um tem a sua casa.
Tudo isto para vos dizer que com o correr dos anos comecei numa de novos sabores e novos hábitos.
Há uns doze anos comecei por confecionar doce de cebola e como o resultado me agradou, continuei explorando novos sabores com ingredientes diferentes  que sirvo como entradas, acompanhados por variedades diferentes de queijo ou simplesmente barrados em pão ou bolachas.
Hoje deixo-vos aqui uma amostra:

Doce de cebola

Cebola q.b.
Açúcar q.b.
Casca de limão q.b.
Estrelas de anis a seu gosto

Coza a cebola descascada em água. (poderá juntar uma pitada de sal)
Depois da cebola cozida, escorra-a e pese-a.
O peso da cebola cozida será igual ao peso do açúcar que deverá utilizar na confeção do doce.
Leve ao lume numa vasilha a cebola com o açúcar, casca de limão e o anis, mexendo para não deixar queimar o açúcar. Quando estiver fervendo e o açúcar estiver líquido, retire a casca de limão e anis para um prato e reserve. Triture a cebola, adicione novamente a casca de limão e o anis e leve ao lume a apurar. O apuramento é muito rápido.
O resto é o procedimento normal de acondicionamento de doces.

Nota: O doce de cebola com qualquer variedade de cebola assim como pode variar os sabores. Já tenho substituído o anis, por pau de canela assim como pimenta em grão. Também pode substituir a casca de limão por uma pitada de vinagre. Variar o paladar ao seu gosto é normal. Aconselho sempre a que deem um toque pessoal quando cozinhem.






Doce de pimento verde com gindungo

Pimentos q.b.
Açúcar q.b.
Gindungo q.b. (ou outro picante a seu gosto)
Casca de limão q.b.


Comece por colocar os pimentos inteiros (previamente lavados) num tabuleiro. Leve ao forno a assar os pimentos. Só precisam de assar o suficiente para facilmente lhes retirar a pele depois de frios.
Depois de lhes tirar a pele, limpe-os de sementes.
Pese os pimentos assados e limpos.
O peso dos pimentos será igual ao peso de açúcar que ira utilizar na confeção do doce.
Leve ao lume numa vasilha os pimentos, o açúcar, a casca de limão e o gindungo. Deixe cozinhar mas não esqueça de mexer para o açúcar não queimar.
Depois de levantar fervura e o açúcar se tiver desfeito, retire a casca de limão e reserve. Triture o doce com a ajuda da trituradora, adicione novamente a casca de limão e leve ao lume a apurar a seu gosto.

Nota: Tome em atenção o picante que adiciona, é preferível juntar pouco e quando estiver quase pronto o doce, prove e ajuste o picante.






Doce de pimento vermelho

Pimento vermelho q.b.
Açúcar q.b.
Pau de canela q.b.
Casca de limão q.b.

Comece por levar ao forno os pimentos (previamente lavados) a assar para lhes poder facilmente retirar a pele.
Depois de assados, retire-lhes as peles e as sementes.
Pese os pimentos e leve-os ao lume com o mesmo peso em açúcar acompanhados da casca de limão e do pau de canela.
Deixe ferver mexendo para não deixar queimar o açúcar. Quando o açúcar estiver dissolvido, retire o pau de canela e a casca de limão e reserve.
Triture os pimentos com a ajuda da trituradora e leve novamente ao lume em conjunto com o pau de canela e a casca de limão. Deixe cozinhar mexendo até estar no ponto que deseja.
 Nota: Neste pimento, normalmente não adiciono picantes pois o pimento maduro tem um toque mais apurado e a tirar para o picante.






Doce de tomate e alho

500g de tomate maduro e migado
5 dentes de alho
500g de açúcar
Pimenta Caena a seu gosto
Casca de limão q.b.
Louro q.b.


Leve todos os ingredientes ao lume a cozinharem.
Quando estiverem quase no ponto, retire a casca de limão e o louro. Triture com a ajuda da trituradora. Leve novamente ao lume a acabar de apurar.



Nota: Se não tiver pimenta caena, substitua por pimenta preta e um pouco de canela em pó.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Linguine com marisco






Gosto de linguine, mais até de que esparguete. Hoje deixo aqui uma receita que faço frequentemente. Espero que seja do vosso agrado.



Linguine com marisco


400g de linguine
24 camarões crus e descascados
4 camarões com casca para enfeitar (facultativo)
Ameijoa q.b.
Mexelhão q.b. (não obrigatório)
1 pimento cortado
Azeite q.b.
Manteiga q.b.
Coentros picados a gosto
Alho picado a gosto
Picante a gosto
Sal q.b.

Comece por cozer o linguine em bastante água a ferver temperada com azeite e sal.
Quando colocar o linguine a cozer, mexa para não ficar colado.
Deixe cozinhar entre 5 a 8 minutos de modo a ficar el dente.(nos pacotes de linguine aconselham o tempo de cozedura, pois esta varia de variedade para variedade)
Depois de cozinhado, escorra a massa e passe-a por água fria para não colar.





Entretanto leve ao lume numa frigideira azeite, manteiga e comece por fritar o alho tomando atenção para este não queimar. Adicione o pimento e os camarões para fritarem até ganharem alguma cor, junte as ameijoas e o mexelhão (que devem estar limpos de areias), tempere com picante a gosto, coentros e sal se necessário.
Mexa e deixe saltear até que os mariscos estejam a seu gosto. (normalmente tiro do lume assim que as ameijoas e o mexelhão abrem)
Depois de cozinhado, retiro para um prato o camarão inteiro, o mexelhão e as ameijoas.
No molho que ficou com o camarão descascado, junte o linguine.
Salteie tudo muito bem durante alguns minutos.
Antes de servir, polvilhe com mais coentros picados e enfeite com as amêijoas, mexelhões e o camarão inteiro.



Bom apetite!

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Musse de mucua



Há dias encontrei mucua (cabeceira em algumas zonas de África) à venda e não consegui resistir. Tive de comprar e com ela fiz uma saborosa musse. Tenho de dizer que, eu a tirar fotos não tenho jeito nenhum e não consigo transmitir uma imagem que demonstre o sabor da musse… ela ficou mesmo deliciosa.




Musse de Mucua (cabaceira)

300g de mucua (miolo)
24g de gelatina em pó incolor
2 pacotes de natas
1 lata de leite condensado

Comece por fazer um concentrado de mucua, fervendo a mucua em mais ou menos 0,5 litro de água. (tem de se tomar atenção porque pode rapidamente desaparecer a água e ter de lhe juntar mais água para não queimar)
Depois de ferver alguns minutos, ficara com um concentrado grosso e escuro.
Passe o concentrado por um passador para retirar os caroços.
Leve ao lume 0,5 litro de concentrado até levantar fervura e junte a gelatina mexendo bem para dissolver.
Entretanto bata as natas, junte o leite condensado e por último adicione o concentrado de mucua com a gelatina e bata bem.
Verta em taças e leve ao frigorífico.
Sirva simples ou decorado a seu gosto.

Nota: pode utilizar gelatina em folha incolor se preferir.

Sugestão: adicione à musse um licor a seu gosto ou mesmo uma pitada de whiskey.